As oficinas duram um período, praticamente. No entanto a Revitalização da Praça não era apenas uma oficina comum. Era uma transformação de um lugar abandonado pela comunidade. Tudo foi pensado pra que ela ocorresse de forma sustentável, com pouca ou nenhuma oneração. Foi bastante emocionante resgatar a madeira Ipê da antiga prefeitura pra fazermos um pergolado central. Coisa insignificante, para maioria, mas que toca arquitetos e pessoas ligadas a redução de impactos. Quantas não devem ser a madeiras que podem ser utilizadas e acabam como entulhos? Ainda mais aqui, na amazônia. O contado com o pessoal da prefeitura foi de grande valia, desde o secretário aos funcionários, fazendo coisas simples para si, mas que iriam ter significado para a comunidade.
Houve muita boa vontade e pouca fé. Poucos são os que acreditam que com participação e presença (principalmente) podem mudar um local. O maior ganho deste processo foi durante os bastidores, o dia inteiro com os funcionários, cada um com sua história, sua opinião, nossas diferenças. Eu estava ali, para “dizer como fazer”, justo eu que sou da corrente regionalista. Fizemos o que pudemos, a fundação direto na terra, as tintas do muro separadas por um barbante...
Aprendendo simplesmente, rindo e fazendo amigos, confirmando que mais uma vez essa classe de trabalhadores é carente não só de direitos como de atenção, de uma prosa mesmo, de ter alguém pra lhes escutar. O pano de fundo da praça havia ficado pronto. Um trabalho árduo, embaixo de um sol quente e calor intenso. Tudo havia valido a pena. Na quinta houve um convite a comunidade, uma reunião. O projeto comunitário foi criado por um grupo exíguo de pessoas porém foi bastante revelador. Aquela mostra da população serviu pra retratar as mazelas e propor em comum novas ideias, que quem sabe um dia eles mesmos possam se reunir e concretizar. No sábado ocorreu mutirão oficial. Como esperado, poucos foram os adultos que apareceram, quem nos surpreendeu foi a criançada. A praça tomada por crianças e o nosso coração de emoção. Toda equipe junta acreditando. Todos sob o sol vendo aquelas crianças se divertirem com tão pouco. Plantamos e adotamos a praça. Fizemos alguns acreditar que seria possível ver uma novo ambiente. Fomos convidados a vir daqui alguns anos, pois eles já estão cuidando da sua praça. E com muita fé quero crer que tudo que estamos fazendo possa ser visto em proliferação daqui alguns anos. Grande oportunidade!
Relatório da Aline Sillos, postado por Aline Adams.
Na quinta de manhã recebemos a visita mais especial do Rondon até agora. O prof. Edgar, coordenador do CODES lá da PUCRS, viajou até aqui para ver como estávamos! Teixeirópolis foi a última parada dele, que já havia passado pelas equipes que estão em Dormentes/PE e Alto Alegre do Pindaré/MA. O nosso convidado viveu dois dias de rondonista, dormindo aqui na creche conosco e provando das delícias que temos comido, sem contar que participou de todas as nossas atividades!
